25 de janeiro de 2009

Leões caçadores e Pumas

A vida muda, as relações adaptam-se.
Nas gerações anteriores o quadro típico era muito estável: Antes dos 30 anos a maioria das pessoas estavam casadas, tinham filhos, tinham um emprego fixo e viviam próximo do local de trabalho. Todos sabemos que muito mudou...
Os novos ritmos da sociedade necessariamente afectam as relações amorosas.
O ritmo biológico será aquele que menos consegue acompanhar este novo estilo de vida, o plano de ter filhos vai sendo realizado cada vez mais tarde...

Mas o novo mundo também trouxe desafios positivos: cada vez mais as pessoas conhecem-se quando já são seguras de si mesmas e, portanto, mais exigentes.

Surgem novos estereótipos de mulheres. Há dias li na Visão o conceito de mulheres Puma:
“As mulheres querem realizar-se noutras áreas que não apenas a familiar, adiando os compromissos afectivos e a maternidade”, sublinha Ana Carvalheira, 37 anos, doutorada em Psicologia. E à semelhança do grupo masculino, começam a surgir mulheres independentes e bem sucedidas – as “Pumas” – que optam por escolher parceiros mais jovens."
E o artigo acrescenta números estatísticos, demonstrando que elas já perceberam que não é a idade que traz maturidade aos homens:
- 35% das mulheres entre os 30 e os 34 anos casam-se com parceiros com menos 5 a 10 anos do que elas;
- 33% das mulheres entre os 35 e os 39 anos dão o nó com homens com menos de 30 anos (ou seja, no mínimo 5 anos mais novos).

E surgem novas masculinidades!
Percebemos que não temos de interpretar nenhum papel de "macho man", podemos ser nós mesmos. Aprendemos a fazer as tarefas ditas femininas... E elas gostam! Citando outro artigo da Visão, "um estudo recente, sobre o parceiro ideal, acrescenta: ganham os que têm boa nota em imagem, arte dos preliminares, competências domésticas e parentais." Na minha opinião apostamos cada vez mais e melhor na imagem. Nos preliminares ajuda muito querer dar prazer (e não só ter). Quanto às tarefas domésticas, deixámos de depender das mulheres. Quando saímos com elas vemos-las como uma síntese de sentimentos e ideias; quando vivemos com elas a divisão de tarefas cria mais tempo livre. Somos leões que deixaram de querer passar a ideia de serem os reis da selva, enquanto as leoas caçavam, para serem reis da sua própria vida!

E assim se encontram Pumas e Leões, cada um com o seu mundo. Como passamos mais tempo a trabalhar somos muito criteriosos quando escolhemos com quem usufruímos o nosso tempo livre! Vai haver choques, porque estamos cada vez mais fechados nas nossas esferas, carregamos muita bagagem e alguns fantasmas e às vezes não temos paciência nem para nos aturarmos a nós próprios. Porém, encontram-se duas almas livres e exigentes, por isso acredito poderem nascer destes encontros relações mais cúmplices e sólidas!

Tudo isto são novas tendências mas o mais importante mantém-se imutável: duas pessoas ou se amam ou não. E dizem que o amor ultrapassa todas as barreiras...

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